MENU
Portal Movente • jul. 05, 2020

Dúvidas sobre saúde mental?

PERGUNTE AO MOVENTE

Saúde Mental: O que você sempre quis saber e nunca te contaram

Você, eu, todos nós estamos na era do bem-estar, da inteligência emocional e da saúde mental. Nunca se falou tanto em gerir os próprios sentimentos, nunca se vendeu tantos livros sobre ser uma versão melhor de si mesmo, nem se viu tantas técnicas de relaxamento, respiração e concentração. 


Mas, você sabe mesmo o que é saúde mental? Se você quer descobrir mais sobre o tema, esse artigo é pra você. Continue lendo e faça parte desta jornada com a gente (inclusive, se é a sua primeira vez por aqui, boas-vindas ao Movente)! 


Embora a primeira palavra seja saúde, o termo normalmente remete à doença. É comum ouvi-lo e pensar, logo de cara, em psicopatologias, transtornos mentais ou em quadros como depressão e ansiedade (assuntos que vamos abordar neste artigo, ok?). 

É que pensamos a saúde mental como a ausência de doenças, mas ela é muito mais que isso.



Saúde mental: definição


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), não existe um conceito oficial para saúde mental, mas é possível entender seu significado a partir da definição do termo mais amplo de saúde. 


De acordo com a constituição da OMS, “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade”. 


Dessa forma, é possível concluir que a saúde mental é parte essencial da saúde do indivíduo e, sem ela, não é possível se considerar saudável. 


A saúde mental também está diretamente ligada à ideia de bem-estar do indivíduo e é determinada por diferentes fatores, incluindo variantes socioeconômicas, biológicas e ambientais. 


Uma pessoa com a mente saudável normalmente é capaz de realizar suas atividades diárias, se relacionar com as outras pessoas ao seu redor, lidar com as tensões rotineiras da vida, desenvolver habilidades e ser produtiva na sociedade e no trabalho. 


E isso não quer dizer que, necessariamente, essa pessoa não viva ou experimente a ausência de transtornos mentais para alcançar a tão “sonhada" saúde mental. Trata-se, na verdade, das reações que temos e de como equilibramos nossos pensamentos e afetos. 


A gente sabe que parece cada vez mais difícil encontrar equilíbrio em meio a tudo que vivemos: família, trabalho, amigos, estudos, ansiedade, estresse, doenças, dinheiro (a falta ou a sobra dele), pandemia... ufa! 


Só de imaginar tudo isso, podemos nos sentir cansados e estressados, né? 


Afinal, são muitas palavras que remetem a emoções que podem nos fazer sorrir ou chorar. E isso diz muito sobre saúde mental, já que o conceito está ligado à satisfação que uma pessoa tem de viver, apesar dos desafios que enfrenta.



Saúde mental no Brasil


Para que você comece essa jornada sobre o assunto com o pé direito, é legal contextualizarmos trazendo alguns dados da saúde mental no Brasil.


De acordo com a OMS, 322 milhões de pessoas no mundo todo sofrem com a depressão e seus desdobramentos. Os números também revelam que esse número cresceu em 18,4%, em apenas uma década (de 2005 a 2015). 


Em solo tupiniquim, temos 11,5 milhões de pessoas que vivem com a doença — o primeiro lugar no ranking do número de diagnóstico de depressão na América Latina.


Para se ter uma ideia, em 2016, mais de 75 mil trabalhadores foram afastados devido a quadros de depressão, de acordo com a Previdência Social. 


Ainda segundo a OMS, 9,3% dos brasileiros e brasileiras sofrem com transtornos de ansiedade, sendo o primeiro do pódio no mundo em número absoluto.


E é na adolescência em muitos desses diagnósticos precisam ser reconhecidos. Pesquisas mostram que metade das doenças mentais surgem por volta dos 14 anos, no entanto, não são verificadas por seus portadores e familiares, tampouco tratadas. 


Todo o estresse, insegurança e ansiedade gerados neste período da vida podem desencadear estatísticas alarmantes e um desfecho nada animador: a exemplo, o suicídio é a terceira causa de morte entre os adolescentes.


A realidade das pessoas em situação de rua no país também traz números que demonstram transtornos relacionados à dependência de álcool e uso de outras drogas.


Por outro lado, nunca se viu tantos brasileiros e brasileiras tão preocupados com o assunto. Saúde mental é uma pauta que ganha cada vez mais força e respaldo, dos consultórios e escolas até os livros, televisão e diálogos familiares. 


A forma como a sociedade brasileira encara a saúde da mente reflete, inclusive, no comportamento referente aos planos de saúde médico-hospitalares: cada vez mais pessoas entram com pedidos de procedimentos de assistência à saúde mental. 


A prevenção tem início quando há acesso à informação e conhecimento sobre o tema, reconhecimento precoce dos sintomas e diagnóstico correto.


Cuidado com o sono, exercícios regulares, medidas para relaxamento, suporte familiar e da comunidade ao redor para lidar com emoções são alguns dos passos importantes. 


Todos esses fatores podem ajudar o indivíduo a lidar com a sua vida, a sua rotina, a sua saúde mental, minimizando a forma como o meio externo e as sensações internas afetam sua mente.


O que afeta a saúde mental?


A saúde mental para a neurociência está supostamente ligada a uma desregulação neuroquímica, então a ausência dela parece estar relacionado com desequilíbrio desse sistema.


Ele pode ser provocado por estresse, mudanças bruscas e inesperadas, exclusão social, estilo de vida não saudável ou fatores biológicos e até genéticos. 


A seguir, você vai conferir visões distintas sobre saúde mental, como a saúde mental do trabalhador, saúde mental do idoso, racismo e saúde mental e outros pontos importantes para essa conversa (sim, a gente está conversando, pessoa). :) 


Saúde Mental no Trabalho


Siegmund Freud diz que “Saúde mental é possuir a capacidade de amar e trabalhar”.


Não há dúvidas de que o trabalho é um importante fator de promoção de saúde mental, uma vez que estimula a produção criativa, o relacionamento com outras pessoas e garante o sustento do indivíduo, assim como seu bem-estar físico e psíquico.


Mas, se as condições laborais não forem as adequadas, a saúde mental no trabalho pode ser muito afetada.


O trabalho pode ser fonte de estresse e ansiedade, levando ao adoecimento. Diversos fatores podem provocar isso: eles podem estar relacionados, por exemplo, ao ambiente organizacional. 


Se o indivíduo trabalha em espaços inadequados, com recursos limitados e condições periculosas, ele tem grandes chances de ter sua saúde mental afetada. 


O trabalho também pode ser uma fonte de risco à saúde mental caso traga sofrimento para o indivíduo, seja por causa da natureza da atividade ou do relacionamento com os pares e com a liderança. 


Além do mais, uma cultura de desrespeito aos direitos trabalhistas, assédio moral ou cobrança extrema concorrem para a situação de sofrimento e de adoecimento dos trabalhadores.


Com certeza, você já deve ter ouvido ou até mesmo vivido uma situação de estresse e ansiedade em decorrência do trabalho, não é mesmo? 


A OMS alerta sobre a importância de os empregadores estarem atentos ao tema. A adoção de práticas para garantir a saúde mental dos funcionários é uma ação humana, mas também estratégica (questionamos isso no tópico Economia e Saúde Mental). 


Isso porque indivíduos mentalmente saudáveis produzem mais. Segundo a organização, para cada US$1 investido em tratamento de transtornos mentais comuns, há um retorno de US$4 em melhoria da saúde e produtividade. 


Ansiedade


Outro sinal de que a saúde mental não vai bem é o aparecimento de transtornos de ansiedade. Infelizmente, o problema é muito comum no Brasil: segundo a OMS, são 18,6 milhões de pessoas (9,3% da população) convivendo com distúrbios relacionados à ansiedade — como já dissemos, o campeão mundial no quesito. 


É uma verdadeira epidemia, que é desencadeada por diferentes motivos e pode se manifestar de muitas formas.


O que é ansiedade?


A ansiedade é caracterizada por sensação de nervosismo, medo, apreensão e até pânico. Ela é uma reação natural do nosso corpo, que tem uma resposta de “lutar ou fugir” e que é necessária à nossa sobrevivência em situações de perigo. 


A ansiedade se torna um problema para a saúde mental quando ela é desencadeada de forma rotineira e repetitiva, ou seja, apresenta-se de forma persistente e com prejuízo funcional social, acadêmico, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 


Estas manifestações causam um sofrimento clinicamente significativo, conforme aponta o Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM-5).


Ainda de acordo com o DSM-5, “os transtornos de ansiedade incluem transtornos que compartilham características de medo e ansiedade excessivos e perturbações comportamentais relacionados”. 


Para o manual, que foi desenvolvido pela Associação Americana de Psiquiatria, o “Medo é a resposta emocional à ameaça iminente real ou percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça futura”. 


Na maior parte dos casos, as causas dos transtornos de ansiedade são desconhecidas, mas há evidências de que o histórico familiar seja um fator importante nessa equação. 


Outras questões também podem desencadear quadros de ansiedade, como traumas na infância, doenças hormonais, doenças crônicas e abuso de drogas


Quais os sintomas da ansiedade?


São muitos os efeitos que os transtornos de ansiedade podem causar em um indivíduo. Mas, de maneira geral, todos estão relacionados a uma “dificuldade no controle normal do corpo sobre o estresse”. 


A resposta ao estresse é uma soma que resulta da interação entre as características da pessoa e as demandas do meio, ou seja, as discrepâncias entre o meio externo e interno e a percepção do indivíduo quanto a sua capacidade de resposta. 


Esta resposta compreende aspectos cognitivos, comportamentais e fisiológicos, visando propiciar a melhor percepção da situação e de suas demandas, assim como um processamento mais rápido da informação disponível. 


Ou seja, possibilitando a busca de soluções, selecionando condutas adequadas e preparando o organismo para agir de maneira rápida e vigorosa. 


A sobreposição destes três níveis — o fisiológico, cognitivo e comportamental — é eficaz até certo limite, o qual uma vez ultrapassado, poderá desencadear um efeito desorganizador. 

Assim, diferentes situações que causam estresse ocorrem ao longo dos anos, e as respostas a elas variam entre cada um/uma de nós.


Entre os sintomas mais comuns de ansiedade estão aqueles que se manifestam de forma física/somática e também psicológica/comportamental: 

  • Palpitações; 
  • Agitação das pernas e braços; 
  • Sudorese; 
  • Tremor; 
  • Falta de ar; 
  • Transtorno do sono; 
  • Fala acelerada; 
  • Medo constante; 
  • Pensamentos negativos ou de morte constantes; 
  • Dificuldade de concentração; 
  • Irritabilidade; 
  • Preocupação excessiva.


Você já sentiu algum desses sintomas? Conhece ou atende a pessoas que sofrem com ansiedade? Conta pra gente nos comentários e vamos bater um papo sobre o assunto. 


Também precisamos frisar que existem diferentes quadros de ansiedade, a depender de como esses sintomas vão se apresentar, sendo eles transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico, transtorno de ansiedade social (fobia social) e outros.


Saúde mental na quarentena


É impossível falar de ansiedade e não pensar no ano de 2020. O vírus SARS-CoV-2, ou a COVID-19, nos trouxe a situações nada incomuns de preocupação, desconforto, ansiedade e principalmente medo.


Com o convívio social em stand-by e toda rotina virada do avesso, a única coisa que vem à cabeça é: quando tudo isso vai acabar? 


Para tornar o isolamento físico ainda mais agravante, a situação econômica e política do país também podem afetar nossa saúde mental. Inclusive, tornou-se rotineiro ouvir que familiares e amigos estão enfrentando um ou alguns dos sintomas citados como próprios da ansiedade (irritabilidade, medo constante, etc). 


Ou seja, reflexos da ansiedade que se instalam no dia a dia enquanto passamos por essa turbulência.


Para combater esses sintomas e reestabelecer as emoções ao longo do dia, cuide de você ou peça ajuda a alguém que possa fazê-lo. Cuidar de si inclui: 

  • Comer bem! Insira frutas, legumes e verduras em seu dia a dia. No caso dos carboidratos, dê preferência aos integrais. Hidrate-se com água, sucos naturais e chás. 
  • Exercitar-se regularmente. Pode ser no tapete da sala, no quarto, na cozinha. O importante é mexer-se para ter mais disposição e liberar endorfina, o famoso hormônio do prazer. 
  • Dormir. Uma boa noite de sono é essencial para regular seus hormônios, descansar e se preparar para o próximo dia. Seu corpo vai agradecer! 


Detalhe importante: não deixe de conversar com a sua família, amigos ou até mesmo seu médico ou terapeuta sobre a rotina. Socialização é primordial para manter o convívio fluindo e o bem-estar mental, ainda que isolados fisicamente. 


Inclusive, precisamos falar sobre isolamento social e saúde mental, né? Conta pra gente como você vem driblando esse momento e investindo seu tempo.

 


Saúde mental do idoso


Quando tratamos de saúde mental e física, pensamos, de cara, nas pessoas idosas. Mas, afinal, quem é idoso? 


O Estatuto do Idoso diz que uma pessoa pertencente a esse grupo tem 60 anos ou mais. De acordo com a Constituição Federal, 65. Referências à parte, os números divulgados pelo Ministério da Saúde revelam que o Brasil é dono da quinta maior população idosa do mundo. 


Por isso, os cuidados com a saúde mental do idoso são de primeira ordem. 


Entre o volume estimado de pessoas idosas no país — 30 milhões de indivíduos — quantos idosos você conhece? E quantos você já notou que sofrem de alguma doença neuropsiqiauiátrica, como a demência ou outro transtorno mental, como a depressão no idoso? 


Com o embranquecer dos fios e a chegada da idade, os transtornos de humor, de ansiedade, os quadros demenciais e outras ocasiões de déficit cognitivo acabam acontecendo com mais regularidade. 


Vale ressaltar que a saúde mental do idoso é um campo desafiador e merece toda a nossa atenção, nos mínimos e intrigantes detalhes, para o reconhecimento precoce de algum transtorno mental ou sofrimento psíquico. 


Não é normal que a pessoa, na terceira idade, queira ficar apenas na cama, acreditando não ter mais atividades prazerosas e afazeres diários produtivos.


Por outro lado, é natural a todos trocar nomes ou ter pequenos lapsos de memória (esquecimentos), por exemplo, porém, demência, depressão ou qualquer outro transtorno que afete a saúde mental do idoso deve ser rapidamente identificado e tratado.


Este é um dos caminhos para evitarmos a incapacitação e perda de autonomia da população na terceira idade, que, inclusive possui estudos alarmantes em relação a depressão: mais de 10 milhões de pessoas acima dos 60 anos sofrem com a doença.

Triste, né?



Como tratar a saúde mental do idoso?



Várias são as abordagens para o tratamento da saúde mental da pessoa com mais de 60 anos. Afinal de contas, cada transtorno mental pode trazer uma alternativa específica, considerando sua singularidade e sintomatologia. 


De acordo com a OMS, a prática de atividades físicas leves e/ou moderadas podem combater o envelhecimento e declínios quanto ao funcionamento do corpo e mente. Quanto mais ativa uma pessoa, menor a disposição aos quadros de depressão e demência. 


Por outro lado, a saúde mental deste grupo pode ser otimizada por meio da estimulação cognitiva, carinho e apoio familiar e, em alguns casos, com o uso do tratamento medicamentoso.


Racismo e Saúde mental


Nunca dialogamos tanto sobre diversidade como agora. As novas gerações não só compreendem, como reconhecem a fundamental importância de debater o tema e incluir todas as minorias em nossa sociedade — a mulher, a comunidade LGBTQI+, a população indígena, as pessoas pretas. Neste tópico, vamos refletir, ainda que brevemente, sobre as repercussões da discriminação racial diante da saúde mental de pessoas pretas. 


Sem dúvidas, as expressões do racismo influenciam a vida e a saúde mental desta população, ainda mais fortemente, a de indivíduos pretos de pele mais retinta, uma vez que o país ainda carrega estruturas sociais — como o colorismo — que reforçam mais e mais o preconceito sobre as pessoas de pele mais escura.


Lembre-se de que, no Brasil, dos 209,2 milhões de habitantes, 89,7 milhões se declaram pardos e 19,2 milhões, pretos. Os negros, portanto, somam 56,10% da população em todo o país. 


Uma vez que o acesso a toda essa população é negado, historicamente, o racismo viabiliza não só quadros de ansiedade, depressão e também tensões vividas no ambiente de trabalho e no convívio social. 


Não é segredo que as estatísticas revelam que as pessoas pretas não só possuem menos oportunidades, bem como recebem menores salários e, via de regra, não possuem tantas chances de alcançar os altos cargos das empresas, assim como as pessoas brancas. 


Logo, a distribuição desigual em termos de educação, trabalho, habitação, saúde e justiça, a discriminação, os atentados cometidos contra essa população, o encarceramento e a humilhação vividas por esse contingente, todos os dias, contribuem para o adoecimento psíquico e físico. 


Você sabia que pardos são donos de apenas metade do número de atendimentos que brancos possuem? E que as pessoas pretas têm taxas de mortalidade dobrada, em relação aos brancos, por não terem acesso a atendimento perene e de qualidade? 


Ou seja, ainda que consequências psíquicas atinjam com mais frequência a população preta, o acesso ao tratamento é precário. Portanto, é necessário não somente dar acesso, bem como: 

  • Compreender as razões pelas quais a população preta sofre em termos de saúde mental com mais frequência; 
  • Incentivar o fomento de políticas, educação e recursos sobre a importância de tratamentos para esta população; 
  • Educar sobre o que é ser uma pessoa preta e formas de lidar com a discriminação racial.


Economia e Saúde mental


Bem como introduzimos no tópico sobre trabalho e saúde mental, por certo, economia e a saúde da mente andam juntas. Logo, se o mundo assiste a uma crise no tratamento de doenças psiquiátricas, tal colapso tende a chegar até a economia. 


De fato, estudos mostram que o planeta passa por uma crise voltada para a saúde mental e que nós, enquanto sociedade, não estamos contribuindo tanto quanto poderíamos para mudar os números: no total,13,5 milhões de pessoas falecem anualmente, por não receberem o tratamento adequado para seu transtorno mental. 


Mais que isso, pesquisadores revelam que a qualidade dos serviços voltados para saúde mental são inferiores aos que são oferecidos com foco em saúde física — até o ano de 2030, as perdas causadas pela ineficiência e/ou ineficácia de tais tratamentos em pessoas em idade ativa estará na casa dos US$16 trilhões (isso mesmo, 16 trilhões de dólares!). 


Pesquisas feitas na Índia e China, países que contam com um terço do contingente populacional global, revelam que as maioria das pessoas com transtornos mentais, sequer, buscam tratamento. Os números beiram a faixa dos 80% e, quando há a busca, o tratamento é precário. 


Para delinear a discrepância entre nações desenvolvidas e subdesenvolvidas, uma a cada cinco pessoas com depressão tem acesso a tratamentos de qualidade; o número, em países de renda baixa ou média, cai para uma pessoa a cada 27. 


Quando nos deparamos com a questão do financiamento, também vemos que os recursos globais destinados ao tratamento voltado para saúde mental são considerados de nível “alarmantemente baixo”. 


Vamos combinar que todos esses efeitos funcionam como uma espiral, em que a economia repercute na saúde mental dos indivíduos e vice-versa. 


Por outro lado, o adoecimento da população nos faz refletir: por que ainda não compreendemos a saúde mental como uma pauta de relevância máxima para todas as instituições e organizações? 


Afinal de contas, os níveis de estresse, ansiedade e depressão podem ser diretamente impactados pela carga de trabalho e/ou ambiente laboral, em maior ou menor grau. Por isso, é um fator que precisa estar entre os principais tópicos de evolução dentro e fora das empresas. 


Neste âmbito, a gente também precisa dialogar sobre as repercussões que o “estar fora das empresas”, ou seja, que o desemprego pode acarretar na vida de uma pessoa: o enfraquecimento dos laços sociais, instabilidade econômica, sentimento de abandono, insucesso, baixa autoestima.


Tudo isso pode resultar em quadros que vão desde um sofrimento psíquico, até transtornos mentais graves, como o abuso de álcool e outras drogas. 


Somado a isso, a Farmacoeconomia entra em cena: a ideia de que, economicamente, valeria mais a pena atuar com medicações com menos efeitos colaterais com maiores chances de adesão e estabilidade do que o custo gerado por tratamentos de menor adesão e efetividade, ou mesmo o abandono deste tratamento e suas consequências graves.


Entre os efeitos de uma menor adesão terapêutica, poderemos observar maior demanda de consultas, internações, sofrimento psíquico ao paciente e impactos de cunho afetivo e econômico sobre a família do ou da paciente. 


Portanto, toda e qualquer reflexão a ser feita sobre saúde mental  (Ministério da Saúde, governantes, órgãos e instituições) pode e deve reiterar o indivíduo, sua capacidade produtiva e todo o cenário econômico que o cerca, bem como seus desdobramentos.


Leitura sobre Saúde mental e atenção psicossocial 


Do autor capixaba especializado em psiquiatria, Paulo Amarante, o livro Saúde mental e atenção psicossocial é citado como uma das grandes referências no tema, sendo de interesse comum a estudiosos, profissionais e pessoas que queiram se inteirar sobre a pauta. 


Na obra, Paulo traz reflexões a respeito da jornada da assistência psiquiátrica ao longo de sua história em solo nacional. Ele introduz as bases da psiquiatria, do manicômio, estendendo até os projetos correntes voltados para a inclusão das pessoas com sofrimento psíquico. 


Ao abordar muitas estratégias e princípios ligados ao campo da saúde mental e atenção psicossocial, Amarante toca em temas como apoio cooperativista e de empresas, residencialidade e emancipação dos indivíduos e atenção primária em saúde. 


Neste último caso, o autor traz luz à saúde familiar e à reversão dos quadros focados apenas na doença e no tratamento.


Saúde Mental: frases


Esta também é uma jornada em que refletimos e nos inspiramos sobre o tema que estamos abordando. Logo, saúde mental


Antes de entrarmos em outro tópico importante neste campo, a psicopatologia, podemos nos juntar e dialogar com pensadores e outras pessoas que tratam do assunto e veem o tema de diferentes maneiras — a partir de distintos pontos de vista e vozes.


Veja algumas frases sobre saúde mental: 


“O segredo da saúde mental e corporal está em não se lamentar pelo passado, não se preocupar com o futuro, nem se adiantar aos problemas, mas viver sabia e seriamente o presente.” (Buda) 


“No fundo, não descobrimos na pessoa com transtorno mental nada de novo ou desconhecido: encontramos nele a base de nossa própria natureza.” (Carl Jung)


“A questão relevante na psiquiatria não deve ser o que há de errado com você, mas sim o que aconteceu com você.” (Eleanor Longden)


 “A psicologia nunca poderá dizer a verdade sobre a loucura, pois é a loucura que detém a verdade da psicologia.” (Michel Focault)


 “As doenças são o resultado não só dos nossos atos, mas também dos nossos pensamentos.” (Mahatma Gandhi)


“Tuas forças naturais, as que estão dentro de ti, serão as que curarão suas doenças.” (Hipócrates)



Transtorno mental e tratamento


Depois de explorarmos a saúde mental e suas vertentes, desdobramentos e aplicações, queremos te levar a outro importante ponto neste bate-papo: transtornos mentais e tratamentos


Existem diversas áreas que estudam o transtorno mental, assim como seu tratamento. Além do psiquiatra, que é o médico que dedica seu olhar aos pacientes em saúde mental, há diversos profissionais que atuam na área, como neurologistas, geriatras, psicólogos, psicanalistas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, psicopedagogos e muitos outros. 


Os tratamentos mais convencionais dos transtornos mentais podem ser divididos, principalmente, mas não exclusivamente, em 3 campos de intervenção: psicoterapias, terapia farmacológica e terapias biológicas. 


Também é fundamental considerar que existem outros campos do saber que apresentam estratégias terapêuticas, da arteterapia a terapia ocupacional, entre outras


Algumas delas são:


Psicoterapias: desde os primórdios da história, a gente tem registros de tratamentos para diversas doenças e, especialmente de transtornos mentais, por meios psicológicos. O termo psicoterapia vem do grego psykhē, “alma ou mente”, e therapeuein, “cuidar ou curar”. 


Também chamada de “terapia pela palavra”, é composta por intervenções psicológicas que buscam melhorar os padrões de funcionamento mental do indivíduo e o funcionamento de seus sistemas interpessoais (família, trabalho, relacionamentos, etc.).


A psicoterapia como hoje a conhecemos em nossa cultura teve início com a abertura da primeira clínica psicológica por Wilhelm Wundt, em 1879, mas só começou, de fato, a ser desenvolvida a partir da Psicanálise desenvolvida por Sigmund Freud. 


Desde a ocasião, várias outras técnicas foram desenvolvidas, com diferentes visões acerca da psique humana e seu adoecimento.


Terapia farmacológica: os psicofármacos são substâncias que alteram a atividade psíquica, seja aliviando sintomas de transtornos mentais ou promovendo alterações na percepção, no pensamento e no comportamento. 


Vários fatores interferem no efeito de um psicofármaco. Entre eles, temos:


  • As características individuais, como idade, sexo, peso, composição corpórea, alimentação e fatores genéticos;
  • As doenças existentes, que podem ser hepáticas, renais, cardíacas e infecciosas;
  • O padrão de uso, ou seja, a via de administração, a dose, o ambiente em que se usa o fármaco e a hora do dia em que se administra o medicamento;
  • A interação medicamentosa, além do uso de álcool e/ou tabaco.


Tais fatores podem alterar a farmacocinética e a farmacodinâmica dos psicofármacos. A farmacocinética é o que o organismo faz com o medicamento, enquanto a farmacodinâmica consiste no que o medicamento faz ao organismo.


Terapias biológicas: existem tratamentos distintos, como podemos ver a seguir.


  • A eletroconvulsoterapia (ECT) é o tratamento biológico mais antigo e, talvez, o mais polêmico na psiquiatria, apesar da excelência absolutamente comprovada ao longo de anos.
  • A ECT consiste na indução de crises convulsivas por meio da passagem de corrente elétrica pelo cérebro, com fins terapêuticos e está regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), conforme Resolução CFM 2.057/2013. 
  • A estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) é uma técnica que envolve o uso de uma corrente elétrica de baixa intensidade no SNC por meio de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo.


Psicofarmacologia


Hoje, o uso de psicofármacos é muito comum na sociedade quando estamos falando sobre saúde mental


A gente pode notar que pessoas ao nosso redor não têm problema algum em dizer que usam substâncias como ansiolíticos ou antidepressivos e sabem até o nome científico das drogas, não é mesmo? 


Mas, não foi sempre assim: a psicofarmacologia é um campo de estudo recente, que trouxe a possibilidade do tratamento de transtornos mentais no campo biológico e causou uma verdadeira revolução na psiquiatria. 


É uma área de estudo que tem muito diálogo com a neurociência, pois as substâncias contidas nos psicofármacos agem diretamente no sistema nervoso central. 


De maneira geral, a psicofarmacologia estuda o uso de substâncias psicoativas no tratamento de alterações psíquicas diversas, sejam relacionadas ao humor, ao comportamento, à personalidade, à cognição ou à psicomotricidade. 


Ah, caso você não conheça este termo muito utilizado entre os profissionais da saúde mental, psicomotricidade é um termo que se relaciona à integração das funções motoras e psíquicas em decorrência da maturidade do sistema nervoso. 


Antes dos anos 50, o tratamento da doença mental se limitava principalmente à terapia, de acordo com o método psicanalítico de Freud. 


Mas, com as descobertas dos primeiros fármacos, novas possibilidades se abriram. O surgimento da Psicofarmacologia foi essencial para o melhor entendimento do funcionamento do cérebro. 


As primeiras substâncias descobertas para o tratamento de doenças mentais foram o lítio e a clorpromazina. Entre os primeiros ansiolíticos estão o meprobamato e o clordiazepóxido, que foram precedidos pelos benzodiazepínicos. 


No fim da década de 50, já se trabalhava com drogas em cinco grupos: antipsicóticos, antidepressivos, ansiolíticos e antimaníacos. 


Mais tarde, em 1976, a OMS estabeleceu uma divisão dos fármacos que vem sendo revisada e readaptada desde então, nem sempre de forma consensual.


Surpresa! Em nosso e-book sobre Medicamentos Psiquiátricos encontrados no SUS você irá encontrar informações valiosas para saber mais sobre os psicofármacos disponibilizados no SUS, contribuindo para sua prática cotidiana! É baixar grátis AQUI e curtir. 😊



Psicopatologia


A Psicopatologia é uma ciência que estuda a essência do sofrimento psíquico, da doença mental ou transtorno mental. Ela está interessada em saber as formas de manifestação do adoecimento mental, assim como causas e alterações estruturais e funcionais no indivíduo.


É um campo de pesquisa que dialoga com diferentes áreas do conhecimento, como Psiquiatria, Neurologia, Psicologia e Psicanálise, dentre outras.


Para Karl Jaspers, psiquiatra e filósofo alemão, autor da obra-prima Psicopatologia Geral, a psicopatologia é a ciência básica que serve de auxílio à psiquiatria e à psicologia. 


Para nós, ela vai bem mais longe, por ser um instrumento essencial para todo profissional que se encontra diante de um enfermo mental e se dispõe a escutá-lo, examiná-lo e tratá-lo. 


E não só para eles, mas também para os curiosos pela vida psíquica e suas manifestações infinitas, né?


Jaspers ainda afirma que “na psicopatologia, o fundamento real da investigação é constituído pela vida psíquica, representada e compreendida através das expressões verbais e comportamento perceptível. Queremos sentir, aprender e refletir sobre o que realmente acontece na alma do homem. A inclinação geral para realidade é, na psicopatologia, a inclinação para vida psíquica real. Pretendemos conhecê-la em suas conexões que, em parte são tão sensíveis meio de perceptivas como os objetos das ciências naturais”.


Tem como não querer saber sobre este tema tão intrigante? Para mim, impossível!


É comum que a Psicopatologia seja confundida com a Psiquiatria, mas é importante frisar as diferenças, ok? 


A primeira é uma ciência normativa, que classifica fenômenos relacionados ao adoecimento mental, pela observação curiosa, identificação estimulante e compreensão sem fim, tendo como objeto de estudo o nosso infinito psíquico. 

Já a Psiquiatria está no ramo da clínica médica e tem como objetivo imediato o tratamento e acompanhamento do ser humano portador de doença mental. Não é difícil pra gente notar que a ferramenta primordial da psiquiatria, e de qualquer outra área da saúde mental, é a psicopatologia. 


A psicopatologia é um conhecimento que visa ser cientifico e, por isso, não é e nunca deverá ser orientado por valores ou dogmas. 


Isso fica claro no seguinte trecho do livro Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais, de Paulo Dalgalarrondo: “Em Psicopatologia deve-se rejeitar qualquer tipo de dogma, qualquer verdade pronta e intocável, seja ela religiosa, seja ela filosófica, psicológica ou biológica”. 


Um adendo: na obra, Dalgalarrondo traz uma visão mais voltada para a Psicopatologia Fenomenológica, ou seja, mais inspirada no entendimento da dimensão existencial do ser que pode vir a ter uma doença mental. Nesta vertente, prioriza-se como o fenômeno se manifesta e seus significados. 


Também para Jaspers, devemos nos despir de nossos próprios preconceitos e julgamentos morais e/ou éticos. É examinar, não julgar — que tal aproveitar e levar isso para a vida?


Além disso, esse é um campo que está em constante mudança. Isso porque a classificação da doença mental e da normalidade é construída a partir de conceitos científicos, mas também sociais, históricos e culturais. 


Veja o que Paulo Dalgalarrondo fala sobre isso nesse mesmo livro: “A psicopatologia como ciência dos transtornos mentais requer um debate científico e público constante de todos os seus postulados, noções e verdades encontradas”. 


Jaspers, por outro lado, diz que “a esfera cultural onde uma pessoa cresce e vive é que leva a sua disposição individual. Assim, observa-se que esferas de cultura superior apresentam um quadro sintomático muito mais rico”.


Ainda com o mestre Jaspers, notamos que “a vida individual se desenvolve a partir de predisposições do meio ambiente, de potencialidades inatas que, de acordo com a natureza do meio, despertam e se formam ou se retraem e atrofiam. Todas as formas de vida realizam-se como uma determinação recíproca de mundo interior e mundo circundante”.


Também precisamos ressaltar que, além da constante mutação devido a construções sociais, a Psicopatologia pode sofrer outras exceções. 


Karl Jaspers (de novo, Movente? De novo!) alerta sobre os limites dessa ciência, dizendo que nunca se pode reduzir a complexidade do ser humano a conceitos psicopatológicos. 


Veja só o que ele diz, ser pensante: “(...) não conhecemos nenhum conceito fundamental que possa conceber o homem exaustivamente. Nenhuma teoria em que se possa aprender, como um acontecimento objetivo, toda sua realidade. Por isso a atitude científica fundamental é estar aberto a todas possibilidades de investigação empírica. É resistir a toda tentativa de reduzir o homem, por dizê-lo assim, a um denominador comum”.


Ele ainda afirma que “em todo indivíduo oculta-se algo que não se pode conhecer”. 

Demais, né?!



Psicopatologia ou Psicopatologias?



Distante do singular, como introduzimos acima, é necessário ressaltar que há uma gama de escolas, correntes e compreensões a respeito da Psicopatologia. Por isso, por vezes, podemos falar sobre Psicopatologias


Você já pode ter ouvido falar sobre Psicopatologia Humanista, Fenomenológica (citada acima), Psicanalítica ou Fundamental, por exemplo. 


Para colocar o assunto na roda de maneira mais ampla, vamos introduzir algumas delas nas próximas linhas da nossa jornada. Vem com a gente! 


Psicopatologia Psicanalítica 

Aqui, a Psicopatologia passa a ser compreendida a partir dos conflitos existentes entre a ordem do inconsciente e o consciente do indivíduo. O ser humano encontra-se submetido à força do desejo e conflitos inconscientes. Para a psicanálise, os afetos assumem extrema importância, por serem eles a bússola do psiquismo. 


Segundo Freud, considerado o pai da psicanálise, “o afeto constitui a expressão qualitativa da quantidade de energia pulsional”.


Nesta vertente, a variação ou grau dos conflitos inconscientes revelará psicopatologias como neuroses de ansiedade, histéricas, fóbicas, obsessivas, ou ainda, perversões ou psicoses. 


A exemplo: deslocamento do afeto na obsessão, conversão na histeria, transformação na melancolia, etc.


Sobre isso, Freud revela que “(...) de fato, creio que a oposição de consciente e inconsciente não se aplica aos instintos (pulsões). Um instinto (pulsão) não pode jamais se tornar objeto da consciência, apenas a ideia que o representa. Mas também no inconsciente ele não pode ser representado senão pela ideia. Se o instinto (pulsão) não se prendesse a uma ideia ou não aparece como estado afetivo, nada poderíamos saber sobre ele”.


É, a psicanálise e seus afetos.


Psicopatologia Fundamental


Também voltada para o tratamento do sofrimento humano, a Psicopatologia Fundamental leva em consideração o sujeito trágico que esbarra no conceito de pathos (encontrando sua representação na tragédia grega como sofrimento, passividade e paixão). 


Quando o conceito de pathos — ligado ao mito epopeico do sofrimento — ocorre, os elementos desta natureza fazem com que o ser não possa participar inteiramente deste evento, sendo assim, apenas como paciente, ator. 


Trata-se de um indivíduo que não é dono ou dona de suas atitudes, não sendo racional, tampouco agente de suas ações. 


No entanto, ao narrar sua história para um interlocutor, essa experiência pode transformar o agente da fala. Sendo assim, é uma experiência de enriquecimento pessoal.


Psicopatologia Humanista: o que é?


Entre as muitas abordagens e enfoques que rondam a Psicopatologia e os transtornos da mente, temos uma vertente muito mais focada na pessoa, no humano: a Psicopatologia Humanista


Carl Rogers, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, foi um psicólogo norte-americano que não só desenvolveu a psicologia humanista, bem como atuou no campo da abordagem centrada na pessoa, muito embora ele não tenha criado um estudo, especificamente, sobre transtornos mentais. 


Na Psicopatologia Humanista, destaca-se o ser e seu desenvolvimento enquanto pessoa. Há também uma visão de uma capacidade de regulação que leva ao crescimento e amadurecimento pessoal. 


Ainda que não tenha tratado tão profundamente de transtornos mentais, Rogers trouxe uma visão ao psicoterapeuta que viabiliza maior liberdade ao paciente, transformando o processo terapêutico e a relação interpessoal ao longo das sessões. 


Logo, se dá destaque ao indivíduo enquanto um ser humano, pessoa, colocando em menor importância o entendimento a respeito do adoecimento que se integra à existência do sujeito. 


A subjetividade do paciente vem em primeiro lugar, ao contrário da doença.


Leituras sobre Psicopatologia


Algumas leituras sobre Psicopatologia podem trazer ainda mais clareza e ênfase sobre o tema. Neste caso, umas delas é o livro Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais, também de Paulo Dalgalarrondo (você encontra Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais pdf aqui). 


O autor presa pela tradição psicopatológica e abordagens mais contemporâneas a respeito da mente humana e os transtornos inerentes a ela. 


Paulo traz à tona conceitos e discorre sobre o exame acurado do paciente, auxiliando no diagnóstico, avaliação do comportamento, percepção dos sintomas, apreensão das vivências e identificação dos transtornos mentais. 


Além de uma referência a muitos profissionais da área, com esta leitura, torna-se possível a descoberta de como observar, enxergar, escutar e interpretar melhor o raciocínio clínico crítico — expertises fundamentais aos profissionais de saúde. 


Esta obra convoca os grandes clássicos da psicopatologia, nosologia psiquiátrcia e seus principais autores.


A gente te convida a conferir um a um, vale a pena! Veja alguns nomes:

  • Karl Jaspers e a “bíblia” Psicopatologia Geral;
  • Paul Bercherie e os Fundamentos da Clínica: história e estrutura do saber psiquiátrico;
  • Henri Ey e o Manual de Psiquiatria;
  • Alonso Fernandez e os Fundamentos de la Psiquiatria Actual;
  • G. G. Clérambault e o Automatismo Mental;
  • Os “papas” Eugen Bleuler, Emil Kraeplin...


Confessamos que a nossa lista é imensa — com destaque também para nossos conterrâneos, A. L. Nobre de Melo, Isaías Paim e Elie Cheniaux.


E então, como foi a sua jornada com a gente até aqui? 


Sente que desbravou as várias nuances do universo da Saúde Mental, transtornos e linhas sobre Psicopatologia? Compartilhe este artigo com mais pessoas e comente, abaixo, suas visões e aprendizados sobre o assunto. 


Bora papear! :)



Outros Assuntos

Share by: