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Tarcisio Corrêa • mai. 24, 2022

Dúvidas sobre saúde mental?

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Maconha medicinal: qual o seu uso e benefícios para a saúde?

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Nossa conversa sobre cannabis e saúde mental está apenas começando — foi o que te dissemos em nosso último artigo, se lembra, mente pensante?


E continuando nossa jornada para uma desconstrução de preconceitos e maior conhecimento acerca da maconha medicinal que iniciamos no texto anterior, hoje conversaremos e nos aprofundaremos um pouco mais nas condições e tratamentos desenvolvidos a partir do uso de derivados da cannabis.


Em nosso conteúdo anterior, acompanhamos e aprendemos sobre a história da planta e como o seu processo de marginalização está atrelado a aspectos de classe, xenofobia e racismo.


Um tipo de pensamento retrógrado e um sentimento de medo desproporcional causados por uma narrativa baseada em separatismos e discriminação de povos pretos e latinos.


Nosso papel como seres humanos habitantes do século XXI rodeados de informação é justamente procurar entender os erros de nossos antepassados e tomar a narrativa e enxergar com outros olhos, ainda mais quando se trata de uma planta que pode ser utilizada para a melhoria de vida de diversas pessoas ao redor do globo, não é mesmo?


A medicina moderna vem evoluindo em proporções animadoras e, uns dos passos onde pesquisadores e profissionais da área da saúde estão observando ótimos resultados, são justamente os benefícios da cannabis no tratamento de diversas condições físicas e mentais.


Como o intuito de nós aqui do Movente é espalhar informação e te deixar a par dos assuntos mais relevantes que envolvem sua saúde, hoje traremos alguns exemplos de condições que possuem a maconha medicinal como uma abordagem de tratamento.


Vamos lá?


Como a cannabis afeta o cérebro e o corpo?


Cannabis é a planta que conhecemos popularmente como maconha. Nela, existe uma variedade de componentes químicos chamados canabinoides.


Os dois mais conhecidos pelo público são o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD).


O THC é o componente responsável pelos efeitos psicoativos que conhecemos em nossa cultura popular.


Por sua vez, o CBD não possui psicoativos, ou seja, não causa momentos de euforias como o seu componente-irmão.


Esses canabinoides contidos na cannabis interagem com uma rede de células receptoras espalhadas pelo corpo humano que compõem o sistema endocanabinoide.


Este sistema existe em nosso corpo para interagir com os endocanabinoides presentes naturalmente nele, o que desempenha um papel importante numa larga variedade de diferentes funções do nosso corpo.


Receptores de canabinoides são encontrados espalhados por todo nosso corpo, são localizados na maioria dos nossos tecidos e órgãos, sendo mais recorrentes e encontrados em abundância em nosso cérebro.


Quando a cannabis é consumida e seus canabinoides reagem com esses receptores, eles alteram a produção e liberação de neuroquímicos no cérebro, mudando a maneira como as células do cérebro comunicam uma com a outra.


Isso tudo, por sua vez, afeta diversos processos que ocorrem dentro de nossos corpos, incluindo o nosso apetite e nossa resposta à dor. O humor também sofre alterações, assim como nossa memória e capacidade de aprendizado.


Como a maconha medicinal pode ser utilizada no tratamento da saúde mental?


Antes de começarmos a apontar nossos exemplos, precisamos estabelecer dois avisos importantes.

O primeiro é que pedimos para que você utilize de seu bom senso e entenda que diversas pesquisas já foram realizadas nestas áreas e diversas outras deverão ainda ser realizadas para que a medicina possa chegar a resultados perto do perfeito.


Em segundo lugar, mas não menos importante, caso você pense em seguir por esta linha de tratamento, a comunicação com seu médico/médica é imprescindível, a fim de descobrir juntos qual abordagem seguir, assim como a viabilidade para seu caso.


Pronto, agora que estabelecemos esses dois aspectos, seguiremos com nossos exemplos de condições que utilizam cannabis nos tratamentos.


1.      Alzheimer e Demência


Alguns testes clínicos conseguiram identificar que a cannabis pode ajudar a controlar e melhorar os sintomas comportamentais de pessoas que lutam contra a demência e Alzheimer, incluindo a diminuição de episódios de agitação e agressividade.


Por se tratarem de pesquisas um tanto quanto experimentais, os resultados ainda variam, mostrando que apenas uma parcela dos pacientes desenvolveu esta melhora, enquanto a outra parcela não sofreu nenhum tipo de alteração, nem para melhor, nem para pior.


Para que os resultados sejam mais satisfatórios, pesquisadores estão desenvolvendo estudos e adequações de dosagens para que os números de melhoras clínicas sejam observados de maneira mais recorrente.


2.      Ansiedade


Particularmente falando sobre o uso do CBD em sua forma de óleo, existem fortes indícios de que este formato da cannabis pode ajudar no tratamento da ansiedade.


Uma pesquisa encabeçada por profissionais da Universidade do Estado de Washington foi responsável pelo otimismo desta forma de tratamento.


O estudo realizado em 2018 revelou que pacientes que utilizam maconha medicinal reportaram uma queda de 58% de episódios e sentimentos de ansiedade e estresse.


3.      Depressão


Para trazermos um senso maior de reconhecimento, selecionamos uma pesquisa realizada em terras brasileiras.


Estamos falando de um estudo realizado pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.


O estudo feito com profissionais da saúde que estavam presentes na linha de frente da Covid, apontou que os produtos derivados da cannabis conseguiu melhorar em cerca de 60% sintomas de condições da mente.


Entre as condições apontadas estão a depressão, a ansiedade e a síndrome do esgotamento profissional, chamado também de burnout.


A partir de tais resultados, o CBD já começou a ser considerado um medicamento de ação rápida e com poucos efeitos colaterais se comparados aos medicamentos convencionais.


4.      Transtornos do espectro autista (TEA)


Sabemos que pessoas que possuem alguma condição que se encaixa dentro TEA estão constantemente apresentando dificuldades de interagir com o meio em que vivem.


Além disso, diversos pacientes podem vir a sofrer com insônia, ansiedade, compulsões, obsessões e até mesmo convulsões.


Tratamentos tradicionais são geralmente a abordagem preferencial de diversos médicos para o tratamento de tais sintomas, porém, a maconha medicinal tem se mostrado uma ótima alternativa para quem deseja as melhorias dos medicamentos convencionais, mas com menos efeitos colaterais.


Por se tratar de um componente que reage diretamente com a química pré-existente em nosso corpo, o CBD, especificamente em sua forma de óleo, tem se mostrado um substituto a se observar.


A melhora do quadro clínico e a diminuição de episódios de desconforto são dois dos maiores triunfos conseguidos através do uso da maconha medicinal.


Isso se dá pelo fato de o CBD controlar e modular a liberação de neurotransmissores importantes do organismo, implementando uma melhora no humor do paciente, além de agir também como um medicamento anticonvulsivante, anti-inflamatório e antioxidante.


Pois bem, mente pensante: diversos são os distúrbios e sintomas que podem ser tratados com a utilização de produtos derivados da cannabis, não é mesmo?


Vale lembrar que ainda estamos na ponta do iceberg, e que, com o passar do tempo e a diminuição do preconceito, diversas outras condições poderão ser candidatas para serem tratadas através da maconha medicinal.


Procure pelo seu médico/especialista para mais informações e não hesite em optar por aquilo que é o melhor para o seu caso.


Acompanhe todos os conteúdos que nós aqui do Movente preparamos para você e fique a par de todos os assuntos voltados para a sua saúde mental. Conte com a gente para viver bem!


Aquele abraço e até a próxima!

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