Por falta de suporte em suas jornadas como mães, muitas mulheres ao redor do mundo experienciam crises emocionais enquanto navegam pelas águas desafiadoras da maternidade contemporânea.

Quem de nós nunca observou ou ouviu falar de alguma mulher que se sente sozinha e desamparada durante os meses de gravidez ou até mesmo após o bebê nascer?

A exaustão, seguida por sentimentos de ansiedade, depressão e até mesmo o estresse pós-traumático, estão constantemente empurrando as mães para o limite de sua habilidade de manter sozinhas suas capacidades de obter um psicológico saudável.

O fato é que, por muitas das vezes, o machismo enraizado em nossa sociedade está fazendo com que as mulheres fiquem doentes, especialmente na maternidade. O constante sentimento de ameaças, insultos, discriminação e menos-valia, acabam por instigar um mecanismo de hipervigilância nelas, o que acaba por desencadear uma série de condições psicológicas.

Neste contexto, a maternidade é tida como a “última gota”, fazendo com que as mulheres esgotem seus recursos emocionais, tornando-as mais suscetíveis a condições e problemas em suas saúdes mentais.

Muitas mães não possuem tempo ou energia para entender melhor o que estão sentindo, causando um sentimento de desconforto muito grande, o que pode resultar na internalização destes sentimentos, uma solução temporária e que pode servir de gatilho para uma variedade de distúrbios.

Como forma de estabelecer um ambiente seguro de conversa sobre os problemas enfrentados na jornada cansativa e seus impactos na saúde mental das mamães, nós aqui do Movente preparamos uma série de dois textos.

Neste primeiro iremos focar em destacar nos desafios da maternidade e em como isso interfere nos sentimentos da mulher.

Vamos lá?

7 maiores desafios para a saúde mental durante a maternidade

Por mais que os hormônios são constantemente apresentados como os maiores vilões para o humor e comportamento das mães, devemos prestar atenção aos fatores externos que reforçam um ambiente nada propício para uma boa saúde mental das mães.

As expectativas de gênero e a responsabilidade depositada apenas na mulher são dois ótimos exemplos destes fatores externos. Cobranças e mudanças no comportamento são constantemente atribuídas à mãe, desumanizando e tornando o processo de maternidade doloroso e solitário.

Outros elementos também possuem um papel importante quando tratamos de desafios externos, como, por exemplo, classe social, racismo e posição em que a mulher se encontra em seu ambiente de trabalho.

Os 7 maiores desafios enfrentados por mães ocupadas são:

1.   Culpa de mãe

Um dos temas mais abordados por especialistas em maternidade e seus impactos na saúde mental é a culpa de mãe.

Esta culpa começa durante a gravidez, quando a mulher precisa seguir conselhos à risca, como, por exemplo, deixar de trabalhar, parar de comparecer a eventos sociais e também deixar de lado partes importantes para sua vaidade pessoal.

O sentimento de culpa cresce na medida em que pessoas próximas como amigos e familiares apontam e reforçam as “falhas” cometidas por você.

Digital influencers e a mídia em geral também desempenham seus papéis na culpa de mãe, visto que estabelecem um ambiente muitas das vezes utópico, mas que mesmo assim faz com que você duvide e se sinta frustrada com sua maneira de criar seus filhos.

2.   Conciliar família e trabalho

Nossa cultura não ajuda em nada e só dificulta a jornada de uma mãe em seu ambiente de trabalho.

O fato é que as expectativas do mundo são sufocantes e exaustivas para as mulheres.

Enquanto em casa é esperado que a mulher crie e cuide de sua família como se não possuísse uma carreira e um trabalho fora de casa, muitos dos chefes e suas empresas esperam que a mulher trabalhe como se não tivesse uma família para cuidar.

A dupla jornada faz com que muitas mulheres ao redor do globo sacrifiquem sua saúde mental para que consigam balancear família e trabalho.

Sem suporte adequado e uma divisão de tarefas, muitas mulheres acabam por se encontrar exaustas, exauridas e culpadas por não conciliar carreira e casa.

3.   Privação do sono

Estudos apontam que mães enfrentam anos de sono interrompido. Mas isso já sabíamos, não é mesmo?

Mesmo que não sejamos mães, temos exemplos de diversas mulheres ao nosso redor que há muito tempo não dormem uma noite completa de sono, mesmo que exaustas após um longo de dia de trabalho e tarefas domésticas.

Diversos são os problemas que surgem com a privação do sono, dentre eles podemos destacar a depressão, ansiedade, estresse e o transtorno do pânico.

4.   Discriminação no ambiente de trabalho

Reforçando o que tratamos no segundo tópico de nossa discussão, o ambiente de trabalho ainda é injusto e pouco favorável para a saúde mental na maternidade.

A discriminação no ambiente de trabalho é explícita quando falamos em salários desiguais e na diferença no tratamento entre mulheres e homens que desempenhas as mesmas funções.

Como se a conciliação entre trabalho e família não fosse suficiente, mulheres, especialmente mães, enfrentam uma série de discriminações que se estendem desde rebaixamento de cargos até mesmo demissões, pelo simples fato de serem mães e possuírem outras coisas para se atentar além da empresa.

5.   Cuidados sem ajuda e não remunerados

Independente da jornada de trabalho fora de casa ou até mesmo home office, as mulheres ainda desempenham a maioria dos cuidados no ambiente familiar.

Sem uma divisão de tarefas, recaem sobre elas os deveres de cuidar dos idosos, das crianças e quaisquer pessoas doentes em sua casa. O peso deste fardo é duro e exaustivo, tanto fisicamente quanto mentalmente.

6.   Crianças portadoras de necessidades especiais

Nosso sexto desafio enfrentado na jornada cansativa e que possui impacto na saúde mental das mães é a responsabilidade solo por uma criança portadora de alguma doença crônica e que precisam de cuidados especiais.

As estatísticas de divórcio revelam que a maioria dos casamentos não suporta a pressão de criar e cuidar de uma criança que possui necessidades especiais, aumentando a dificuldade da mãe de manter uma saúde mental plena.

Isso se dá pelo fato de que, na grande e esmagadora maioria das vezes, a mãe se torna a cuidadora única e principal desta criança, tornando ainda mais difícil a jornada da maternidade.

Os esforços desempenhados por estas mães acabam por ceifar suas energias de autocuidado, autoestima e autoimagem, levando-as a experienciar o burnout.

7.   Maternidade solo

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), existem atualmente 100 milhões de mães solo ao redor do mundo. Estas, por sua vez, são majoritariamente as únicas fontes de renda de suas famílias.

A grande maioria delas se encontra em situações de luta contra a privação do sono, estigma social, conflito com ex-parceiros e inseguranças financeiras.

O custo de uma vida digna e plena é muito alto comparado aos baixos salários, desemprego e discriminação sofridos por muitas delas, o que acaba por empurrá-las para as classes mais baixas, algumas ainda chegando a se encaixar abaixo da linha da pobreza.

Depressão e ansiedade são duas condições da saúde mental que estão diretamente ligadas a problemas econômicos, não é de se surpreender quando mães, independente de sua composição familiar, estejam passando por distúrbios da psique.

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Levando em conta a discriminação de gênero, negligência e desamparo sofridos pelas mulheres, ficam claros os impactos da jornada cansativa na saúde mental de uma mãe.

Mesmo assim, não se sinta sozinha e saiba que nós aqui do Movente temos um time de profissionais preparados para te ajudar no caminho para a recuperação de uma saúde mental plena e cheia de amor-próprio.

Nunca se esqueça de que, mesmo depois de se tornar mãe, você continua sendo um ser humano e precisa se cuidar, faça da sua saúde da psique uma de suas prioridades.

O Movente sempre estará aqui para te ajudar, o nosso objetivo é te auxiliar a manter uma vida plena, amando e entendendo cada pedacinho de sua vida, afinal, é cada um dele que te torna uma pessoa única e especial.

Compartilhe nosso conteúdo com outras mamães e fique ligada que em breve teremos um segundo conteúdo sobre maternidade e seus impactos na saúde mental.

Um abraço e até a próxima!