Como saber se tenho ansiedade? Ansiedade normal ou patológica?
Se você chegou até aqui, com certeza deve estar se perguntando neste exato momento: “como saber se tenho ansiedade?” ou ainda “está é uma ansiedade normal ou patológica?”. Pois bem. Nós, do Movente, te damos a resposta que você tanto busca.
Leia o artigo agora mesmo e descubra!
Para começar, afinal, o que é ansiedade?
A gente bem sabe que ansiedade é uma sensação comum a todos nós e, mais que isso, necessária.
Sim! E ela que nos prepara para enfrentar desafios e “liga a chave” da atenção no cérebro, ajudando a gente a decidir se vamos “lutar ou fugir”.
Sabemos também que o que chamamos de ansiedade é um misto de sensações como nervosismo, medo, apreensão e até mesmo pânico.
Podemos pensar que a ansiedade se torna um problema quando ela é desencadeada de forma rotineira e repetitiva, ou seja, apresenta-se de forma persistente e com prejuízo funcional social, acadêmico, profissional ou em outras áreas importantes da nossa vida.
E é aí que a sua pergunta marca presença: como saber se tenho ansiedade? Como descobrir a diferença entre uma ansiedade normal e patológica?
Primeiro, eu quero te trazer uma pergunta para começarmos essa reflexão juntinhos. Me diz: quais critérios você usaria para diferenciar essa fronteira?
Não é tão fácil delimitar e diferenciar o que é dito normal e o que é patológico quando falamos de sentimentos, certo? Errado?
Vemos que quando nos deparamos com estados de saúde, comportamentos e alterações fisiológicas muito diferentes do esperado fica fácil pensar que algo não está normal.
Só que, na prática, as coisas não funcionam bem assim, mente pensante.
Nos deparamos o tempo todo com situações limítrofes, imprecisas, que nos tiram do eixo, nos fazem perder o sono — este é um desses momentos para muitas pessoas, né?
Não, não precisa ficar ansioso ou ansiosa… eu vou te ajudar a entender isso melhor! Vamos a 7 pontos para pensarmos e, ao final — já dando spoiler — te retornarei com uma perguntinha, ok?
1) Normalidade como ausência de doença.
Considerando este viés, levamos em conta a ideia de “ausência de sintomas, sinais ou de doenças” como sinônimo de saúde. Olha só, este critério define o que é normal não por aquilo que “supostamente é” mas pela sua negatividade, ou seja, pelo que “não é”.
Bem, tenha certeza de uma coisa: se não houver ansiedade, não há vida. Sim! É ela que nos move na vida, para a luta, para a fuga, para pensar, para trabalhar e para amar. Lembra do frio na barriga? Aquelas borboletas no estômago? É ansiedade também!
2) Normalidade ideal.
Neste momento, estabelece-se, de forma arbitrária, uma norma ideal. Ou seja, para aquela sociedade, em seu tempo, o que seria uma pessoa “sadia” ou “evoluída”.
Fica claro, neste critério, que o alvo é a norma, o que a sociedade entende e acredita que é normal.
Neste conceito de normal, seria a sociedade atual quem ditaria se a sua ansiedade é benéfica ou prejudicial. Ou seja, você poderia ser uma pessoa considerada com ansiedade normal no Brasil e ansiedade patológica no Japão, por exemplo.
Meio louco, né? Mas pode acontecer!
3) Normalidade estatística.
Aqui, o normal é aquilo que se observa com mais frequência. A definição se dá por dados estatísticos, pela quantidade de pessoas que sentem ou se comportam daquela forma.
E aqueles que sentirem de forma diferente da maioria das pessoas, passa a ser considerado “fora da curva”, “fora do normal”. Mas, pensa comigo: têm muitas coisas que são muito frequentes e estão longe de serem consideradas saudáveis, né?
Por exemplo: você sabia que muitos pacientes com transtornos ansiosos apresentam insônia inicial, ou seja, têm dificuldade de iniciar o sono? E que também fazem maior uso de tabaco? Sendo assim, por este critério, o indivíduo que tem insônia, fuma e possui algum transtorno ansioso poderia estar “dentro da curva”. Mas a sensação de ansiedade e o hábito de fumar mais cigarros é “saudável”, “normal”? Complicado, concorda?
4) Normalidade como bem-estar.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu a saúde como o completo bem-estar físico, mental e social e não somente como ausência de doença. Mas vamos lá: O que significa “bem estar”?
Neste ponto eu fico imaginando quem é essa pessoa: completo bem-estar físico, mental e social? Vai tudo muito bem? Tudo perfeito? Sem problema na vida? A vida que eu conheço não bem assim.
E, mais uma vez, a ansiedade é o nosso combustível! Se não tivéssemos um mínimo de ansiedade e desconforto diante da vida, não desejaríamos nada dela.
5) Normalidade funcional.
Neste critério o negócio é o seguinte: quem consegue fazer as coisas na vida, quem consegue ser “funcional” é considerado normal. Neste critério o patológico seria quando a ansiedade produz sofrimento, é disfuncional, tanto para a pessoa como para o seu grupo social.
Aqui cito o exemplo de alguns pacientes que necessitam da ansiedade para produzir, pensar, movimentar e vencer desafios.
Mais uma vez, a ansiedade é o combustível. “Quando não tenho ansiedade fico muito calma, pareço uma lesma, não respondo a nada, não gosto de ficar assim”. Olha as confissões de consultório (se você quiser ver um post com algumas histórias marcantes de consultório, comente com a hashtag #EuQuero).
6) Normalidade subjetiva.
Aqui, o que vale é a minha percepção sobre meu próprio estado de saúde.
Vamos lá: é importante levar em consideração a nossa própria percepção sobre nosso corpo e nossas sensações, mas o que fazer, por exemplo, com pessoas completamente paralisadas com a ansiedade?
Aqueles pessoas que se tornam fóbicas, que não saem de dentro do próprio quarto? Seria um equívoco deixar na mão delAs decidir sobre o normal ou o patológico. Ou não?
7) Normalidade como liberdade.
Este critério demanda um olhar atento. Alguns autores entendem que a saúde normal estaria vinculada a possibilidade de “transitar com graus de liberdade sobre o mundo e seu próprio destino” enquanto as patologias na saúde mental seriam por conta da “perda da liberdade existencial”.
Por este critério você é livre para ter a sua ansiedade e, se isto não lhe causar um mal e não prejudicar as pessoas ao seu redor (sociedade), então tá tudo normal.
E então, respondi ao que você se questionava: como saber se tenho ansiedade?
Veja bem, estas são apenas algumas maneiras de se definir a normalidade, todas com sua parcela de verdade, todas sujeitas a críticas por suas imperfeições.
Agora, como eu bem dei spoiler, é você quem me diz: sua ansiedade é normal ou patológica?
Vamos conversar sobre o assunto. Aquele abraço!