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Tarcisio Corrêa • nov. 05, 2021

Dúvidas sobre saúde mental?

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Novembro Azul: saúde mental, machismo e preconceito

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Novembro Azul é um movimento que merece a nossa atenção. Assim como muitos dos elementos que cercam a masculinidade, aqui não seria diferente que também estivéssemos falando de preconceito e machismo.

 

A distinção da data que antecede o mês, no caso, o Outubro Rosa, é enorme: enquanto as mulheres conversam abertamente sobre o câncer de mama e autoexame, os homens ainda veem a data como de menor importância, até mesmo como uma brincadeira, que lhes lembram mais sobre uma conversa que não querem ter do que sobre o autocuidado.

 

Sim, machismo, preconceito e muita desinformação em um só lugar. E nós, mentes pensantes, precisamos falar sobre isso, ou seja, Novembro Azul.


 

Afinal, o que é machismo?

 

De maneira breve, podemos olhar para o machismo como uma estrutura, um conceito em que homens estão em uma posição de superioridade e que, neste contexto, faz com que mulheres e todas as outras parcelas da sociedade sejam minimizadas.

 

Sim, tal estrutura se repete até mesmo entre homens, visto que homens negros, homens gays, homens transgêneros, índios e muitos outros não são donos de todo acesso que homens brancos e ricos possuem.

 

É claro que aqui estamos apenas introduzindo um conceito ligado a um conjunto de comportamentos hipermasculinos (negativos, por certo), que tocam em temas como construção de gênero, virilidade (o dito “macho alfa”), sexualidade, crenças e conceitos ditos “tradicionais" e até mesmo saúde pública.

 

A partir disso, precisamos compreender um pouco sobre como o machismo opera sobre a masculinidade.

 

Até hoje, encontramos padrões que reforçam comportamentos dos homens na sociedade — entre os que são aceitáveis e aqueles outros que condenamos.

 

A máxima “homem não chora” é uma delas. “Homem que é homem faz x ou y” é outra. O “macho com M maiúsculo…” e por aí vai.

 

Frases, pensamentos e colocações como essas levam homens a um lugar um tanto desconfortável, uma vez que não podem ser ou sentirem que são vulneráveis.

 

Em nossa sociedade, ainda que estejamos desconstruindo e reconstruindo conceitos, vemos que não cabe a um homem ser frágil. Esse é um papel que muitos atribuem a mulher. No máximo, a um homem homossexual (visto casos de homofobia recorrentes). O homem heterossexual não pode vestir essa camisa, ainda mais publicamente.

 

Pesquisas, inclusive, reforçam a fuga masculina e mostram como os homens cometem mais suicídio: no Brasil, entre 13467 casos registrados, 10203 deles ocorreram entre eles — é isso mesmo, 76%.

 

A partir deste pressuposto (absurdo) sobre a fuga da vulnerabilidade, notamos homens fogem da figura frágil e fingem que são invencíveis: sem sombra de dúvidas, isso tem muita potência sobre a nossa saúde mental e nossas ações.

 

Basta fazer o dito teste do pescoço — olhando em volta — e verificar que eles bebem mais que as mulheres, fumam mais, dirigem com mais riscos, traem mais e se relacionam sem preservativo e acabam disseminando doenças em seu relacionamento, frequentam menos o médico.

 

É aí que o equívoco acontece: homens não falam sobre doenças, problemas, questões que os atingem. Muitas vezes, nem mesmo entre eles. Afinal, são criados como seres inabaláveis, “os fortões”.

 

Portanto, o Novembro Azul é de primeira importância, ainda que não estejamos no mês. Homens precisam conversar — ao longo de suas vidas — sobre o câncer de próstata. Ninguém é imbatível, ninguém está a salvo.


 

O que é câncer de próstata?

 

Resumidamente, a próstata é uma glândula exócrina do sistema reprodutor masculino que protege e nutre os espermatozoides no sêmen. Ela tem o tamanho de uma noz, no entanto, é fundamental para a saúde do sistema reprodutor e não só ele.

 

De maneira geral, os sintomas do câncer de próstata são silenciosos, não havendo sintoma. Muitas vezes acontece de, inclusive, começar com a dificuldade de urinar, o que pode não ser visto como um grande problema no início, certo?

 

Mas, não se esqueça de que nós, seres humanos, temos data de validade, caso você ainda não saiba.

 

Logo, o quanto mais nos cuidarmos, mais tempo tendemos a ter por aqui.
 
Cuidar de você e da sua saúde é fundamental para que você exerça tudo aquilo que você merece ser: um homem livre para escolher como quer viver, para se realizar, para ser você.
 
Precisamos deixar de lado tudo (ou muito) do que aprendemos até aqui e internalizarmos que somos todos humanos, frágeis, com defeitos e acertos. E que, acima de tudo, precisamos de saúde física, saúde mental, emocional.
 
Precisamos falar sobre saúde, sobre nossas vulnerabilidades, fragilidades, medos.
 
Só assim seremos homens melhores, mais preparados para cuidar da gente, de nossos entes queridos, amigos, amigas, do trabalho, da vida.


 
Vamos conversar sobre Novembro Azul? Aqui no Movente acreditamos que o diálogo importa (caso contrário, não estaríamos aqui). Queremos te ouvir, trocar ideias, descobrir, desconstruir e reconstruir crenças, ideias, conceitos.


 
Vem com a gente? Contamos com você: compartilhe, comente, fale conosco, mente pensante!

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