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Portal Movente • set. 23, 2021

Dúvidas sobre saúde mental?

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O que é síndrome do pânico? Tudo sobre causas, sintomas e como tratar

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 Você já experimentou ataques repentinos de medo extremo que duraram por alguns minutos e, junto a isso experienciou sintomas físicos intensos, como dores de cabeça e musculares? Isso pode ser síndrome do pânico.


Durante esse período em específico, chegou a ter a sensação de que estava perdendo totalmente o controle sob seus pensamentos, imaginando estar tendo um ataque cardíaco, estar enlouquecendo ou até mesmo morrendo? E, ao chegar num pronto-socorro, o médico(a) que te atendeu disse que não deu nada nos seus exames?


Se esse for seu caso, temos uma coisa para te contar: você teve um ataque de pânico ou crise de pânico, mas não se assuste, esse distúrbio faz parte da vivência de cerca de 90% da população adulta, sendo que essas pessoas apresentarão sintomas de tal experiência em algum momento da vida.


Hoje, aqui no Blog Movente, vamos falar de como a síndrome do pânico se dá e como ela pode repercutir na vida de quem sofre com ela.


Afinal, se além dessas crises você apresentar apreensão ou preocupação exagerada persistente sobre ter outros ataques de pânico adicionais, ou até mesmo apresentar um grau de angústia forte ao lembrar dos pensamentos que tem durante os mesmos — perder o controle, ter um ataque cardíaco, ou ficar louco(a) — isso pode se tratar de síndrome do pânico, que é um tipo de transtorno de ansiedade.


Outro sinal de que pode se tratar de síndrome do pânico, é o fato de que a pessoa que pode estar experienciando tais sentimentos e sensações, terá o temor de apresentar outro ataque de pânico, passando a evitar circunstâncias semelhantes ou o local onde ocorreu, na tentativa de prevenir futuras crises.


Complicado, né?


Um pouco mais sobre transtorno do pânico e seus sintomas


Como reforçamos anteriormente em nosso artigo, grande parte da população adulta mundial irá, pelo menos uma vez durante toda a vida, experienciar algum momento que pode ser chamado de ataques de pânico ou crise de pânico.


Mas, quando os sintomas são persistentes e tendem a ocorrer de maneira recorrente, colocando sua qualidade de vida em perigo, a ajuda médica de um(a) profissional qualificado(a) deve ser procurada imediatamente para que isso possa ser tratado o quanto antes.


Durante um ataque de pânico, a pessoa pode chegar a experienciar ondas fortes de sintomas por todo o corpo, atingindo o físico e o mental, tudo isso de maneira rápida e silenciosa, mesmo sem motivo aparente.


Para manter seus olhos abertos aos sintomas, hoje separamos os mais comuns dentre os casos estudados por especialistas da área, são eles:


• Aumento da frequência cardíaca, o coração parece sair pela boca; 

• Experiência de palpitações, aquele sentimento de que o coração está batendo fora do ritmo, por vezes, muito rápido e, abruptamente, mais devagar; 

• Sofrer de dores ou pressão no peito, um desconforto que pode fazer com que o paciente imagine estar sofrendo um ataque cardíaco; 

• Dificuldades de respiração, como a sensação de falta de ar e de sufocamento; 

• Vivenciar tonturas, escurecimento da visão, e também sensação de desmaio; 

• Sensação de instabilidade, entorpecimento, anestesia ou formigamento;

• Sensação de estar distanciado de si mesmo, meio que enxergando a situação pelo lado de fora; 

• Sensações de irrealidade, como alucinações e excesso de desconfiança; 

• Ter sudorese excessiva, mesmo sem estar praticando atividades físicas ou estar em dias quentes; 

• Ficar com tremores, calafrios e ondas de calor, como se o corpo não fosse capaz de se adaptar ao ambiente; 

• Alterações gastrointestinais, assim como náuseas, vômito e diarreia; 

• Sensação de perda de controle ou ficar louco; 

• Medo da morte, este relacionado ao temor de que algo aconteça com o próprio paciente ou com um ente querido;

• Ouvir zumbidos fortes e incessantes;

• Ficar com a sensação de que está com a boca seca;


Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo profundo ou desconforto intenso, que alcança um pico em minutos, no qual durante a crise sofrida, a pessoa chega a viver quatro (ou mais) dos sintomas citados acima.


Na maioria dos casos, uma crise relacionada ao transtorno do pânico pode chegar a durar entre 5 e 20 minutos. Existem também relatos de pessoas que tiveram sintomas por cerca de uma hora completa até que conseguiu se acalmar.


O número de ataques vividos por pessoas com síndrome de pânico pode variar de acordo com a gravidade do quadro e do meio em que vive. Os mais brandos ocorrem de uma a duas vezes durante o período de um mês, nos casos mais graves, o paciente pode desenvolver os sintomas de três a cinco vezes por semana.


Seja qual for a sua experiência, preste atenção ao seu corpo e saiba quando é a hora de procurar ajuda médica. Temos de ser capazes de passar por cima deste tabu e não considerar o tratamento da saúde mental como algo a se ter vergonha.


Ansiedade dentro do quadro de transtornos do pânico


Pois bem, mente pensante. Nesta conversa, também devemos levar em consideração a ansiedade, visto que a síndrome do pânico se encaixa dentro do aspecto dos transtornos de ansiedade.


Ficar ansioso é aquela sensação de mal-estar. Muitos de nós, seres humanos, experienciamos algum grau de ansiedade em nosso cotidiano, seja no trabalho ou em relações interpessoais.


Mas, quando a ansiedade deixa de ser uma coisa inabitual e se torna algo que te atrapalhe no dia a dia, como, por exemplo, te faz evitar lugares ou situações que podem ser um gatilho para crises, o assunto fica mais sério.


Não deixe que sua mente crie uma rotina de “viver com medo de ter medo”. Isso pode e irá trazer problemas que serão difíceis de resolver. Além de aumentar as chances de se desencadear crises de pânico e seus sintomas como tratamos no tópico anterior.


E quais as causas do transtorno do pânico?


Assim como a grande maioria dos quadros de ansiedade, a síndrome do pânico não apresenta nenhum conjunto de fatores que sejam essenciais para que seja desencadeada.


Porém, vários estudos e especialistas apontam que apesar de não possuir uma causa específica, o transtorno do pânico é desenvolvido através de um conjunto de diversos fatores, como, por exemplo:


•         Predisposição genética, visto que existem genes adquiridos através da herança deixada pelo DNA da família, assim como a depressão, por exemplo;

•         Perturbação do sistema fisiológico;

•         Efeito colateral de medicamentos como corticoides, anfetaminas, remédios para enjoo ou enxaqueca;

•         Uso de drogas e outras substâncias que fazem efeito sob a psique humana;

•         Eventos estressantes como perda de emprego, ruptura de relacionamento, falecimento de familiar e problemas financeiros, mesmo que estes possam ter ocorrido num período de até um ano antes da primeira crise;

•         Histórico de traumas relacionados abuso sexual, acidentes, um assalto ou sequestro. Qualquer experiência que fuja de atividades corriqueiras e que deixam marcas pro resto da vida;

•         Neuroticismo, a tendência de experimentar facilmente emoções negativas ante eventos comuns da vida. Relacionado a ansiedade, depressão, baixa autoestima, pensamentos negativos exagerados, raiva e inveja, assim como a tendência aos sentimentos de culpa;

•         Acúmulo de tensões ou inibições.


Consegue perceber que estas causas são experiências que podem ser vividas por todos nós em algum momento da vida?


A possibilidade de apresentar crises de pânico está aberta a qualquer um ou uma de nós, por isso, devemos estar atentos aos sintomas e procurar ajuda médica.


E quais são os tratamentos voltados para crises de pânico?


Para um diagnóstico e um plano de tratamento individualizado, humanizado e pensado especialmente para o seu caso, é importante procurar um profissional de saúde mental qualificado, de preferência, o psiquiatra, que poderá prescrever a medicação que irá aliviar as crises e tratar o transtorno com precisão.


Na maioria das vezes, o tratamento é feito com medicamentos antidepressivos, combinados com ansiolíticos para controle das crises, e, caso exista outro transtorno associado as tais crises de pânico, como transtornos de ansiedade e depressão, estes também serão devidamente tratados.

 

A terapia com o psicólogo também pode ajudar com ferramentas e métodos para controlar os sintomas de quando as crises aparecem, assim como no processo de autoconhecimento, que visa ajudar na compreensão do seu funcionamento mental, certo?


A seguir, iremos listar algumas técnicas recomendadas por médicos especializados que ajudam no controle das crises. São algumas delas:


#1 Trabalhar a respiração


A sensação de sufocamento ou respiração acelerada são sintomas recorrentes daqueles que experienciam ataques de pânico.


Simplesmente dizer para si mesmo, ou para o outro, “respire normalmente” parece pouco eficiente, não é mesmo?


Por isso, é necessário que nessas horas você conheça estratégias e desenvolva formas de facilitar e tornar possível o controle da respiração.


Uma técnica bem simples e recomendada por diversos médicos é a de contar até 4.


Tal atitude consiste em inspirar pelo nariz, contando até 4, segurar o ar durante 4 segundos e expirar, contando até 4 novamente.


Siga repetindo o processo, sempre se lembrando de fazer o exercício com calma, de forma que seus pensamentos fiquem mais brandos, seguindo o processo de desaceleração dos batimentos cardíacos e, por fim, mantendo uma respiração mansa e constante.


#2 Desenvolva uma espécie de mantra


O mantra é uma frase simples, que deve ecoar na mente ou ser dita em voz alta. Novamente, lembre-se que a velocidade é a chave.


Não repita sua frase de maneira rápida e abrupta, tome seu tempo e faça deste momento algo pessoal e de autoconhecimento.


Mantras como “vai ficar tudo bem” e “logo vai passar”, são bons exemplos de frases de conforto. Tente falar as palavras de forma longa e demoradas, prestando atenção no que se está dizendo e digerindo o mantra. Isso irá auxiliar no controle da inquietação e da sensação de que tudo está mais rápido que o habitual.


Outra dica importante é que você seja capaz de criar um mantra especial para você, trazendo referencias de uma lembrança feliz ou algum desejo bom que quer que seja concretizado. Ter um mantra pessoal também é a chave para se acalmar.


#3 Procure por lugares tranquilos


Durante uma crise do transtorno do pânico, ficar em lugares com multidões, luzes fortes e sons altos podem tornar esta experiência bem mais difícil.


Procure se afastar ou afaste a pessoa em crise de lugares fechados e muito tumultuados.


Caso esteja tentando ajudar alguém, não tome atitudes bruscas como puxar ou empurrar a pessoa para que esta saia do local. Tenha calma e lembre-se de ser cordial. Convide-a para que ela lhe acompanhe para um lugar mais calmo. Demonstre empatia.


Contudo, se você é a pessoa que está sofrendo um ataque de pânico, peça ajuda, mesmo que de um estranho para que ele/ela te auxilie a sair desta situação.


Outra dica valiosa é que, mesmo se não tiver algum lugar quieto e calmo ao seu redor, peça para que seu acompanhante encontre um ambiente o mais silencioso possível, te coloque contra uma parede e o guie para fora da crise com uma conversa, ou até mesmo focando sua visão para um objeto, ou ponto específico.


Mesmo que nestas situações você possa sentir que não quer que ninguém te encoste, contato físico com consentimento pode ser uma ótima ferramenta para te trazer de volta a realidade e ao ambiente.

Lembre-se de que somos seres humanos, e nossa espécie aprecia a companhia e o contato com nossos semelhantes.


Para ajudar também, procure fechar seus olhos e mentalize algo ou algum lugar que traga paz para você.


#4 Pratique o método 5, 4, 3, 2, 1


Essa estratégia auxilia a pessoa a distrair-se dos sintomas, conduzindo a concentração para o “aqui e agora” real. Através do desvio de foco, afugenta também os medos de morrer ou enlouquecer, tão corriqueiros nas crises de pânico.


A instrução é de que se olhe no entorno e diga:


•         5 coisas que pode ver;

•         4 coisas que pode tocar;

•         3 sons que consegue ouvir;

•         2 cheiros que pode identificar;

•         1 coisa que consegue sentir o sabor.

Repita este processo até sentir que os efeitos já tenham sido eficazes. Faça e refaça quantas vezes for preciso.


#5 Experimente a aromaterapia


Como tratamos anteriormente em nosso artigo e já até falamos sobre terapias complementares aqui no Movente, durante uma crise, o paciente pode experienciar uma desconexão com os sentidos do corpo.


Estudos apontam que, óleos essenciais como a lavanda, por exemplo, exercem grande ajuda para trazer a pessoa de volta para a realidade.


Por se tratar de um aroma muito comum e conhecido por quase todos nós, a lavanda é o mais procurado e utilizado por pacientes com transtorno do pânico.


Auxilia também como agente tranquilizante, exercendo força até na melhora da qualidade do sono.

Vale a pena experimentar.


É importante lembrar que uma crise de pânico não tem possibilidade de levar uma pessoa a morte pelos sintomas físicos, já que eles são causados por uma resposta do sistema nervoso com liberação elevada de hormônios de estresse. É por isso que as crises geralmente não são tão longas, para que o corpo possa descansar entre um ataque e outro.


Porém, o estresse mental é muito intenso, aumentando o risco de suicídio, pois, ao tentar cessar o sofrimento, o paciente pode tentar medidas desesperadas.


Sem dúvidas, mente pensante, é muito importante que essas informações sejam difundidas, para que mais pessoas possam procurar por ajuda, perderem a vergonha de reconhecer que precisa de tratamento e ajuda.


Caso os assuntos de nosso texto tenham servido de alarme para você, procure ajuda profissional já! Sua saúde mental merece atenção.


Nós, do Movente, estamos aqui para ajudar você a ultrapassar os sintomas de ataque do pânico e recuperar sua saúde mental e qualidade de vida.


Compartilhe nosso conteúdo com seus amigos/amigas para que todo mundo se informe sobre transtornos do pânico e esteja atento ao assunto, criando uma rede de ajuda para que todos se apoiem.


Aquele abraço e até a próxima!



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