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Portal Movente • jul. 30, 2020

Dúvidas sobre saúde mental?

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Saúde mental do idoso no Brasil: COVID-19, isolamento e abandono

Outro dia mesmo conversamos sobre a saúde mental do idoso no Brasil aqui no Blog Movente, lembra? Pois bem, ser pensante. Ainda temos muito a explorar sobre o assunto, ainda mais levando em conta o contexto que estamos vivendo: pandemia, isolamento físico e abandono. 

Quer participar dessa conversa com a gente? Continue lendo este blog post!


Comecemos pela saúde mental do idoso no Brasil


Hoje, no Brasil, contamos com um contigente muito grande de pessoas acima dos 60 anos. Inclusive, os números apontam que teremos mais de 32 milhões de idosos nos próximos anos.

Como introduzimos em nosso outro papo aqui no blog, o volume de pessoas com transtornos da mente neste grupo etário também é grande e, muitas vezes, não nos damos conta de que essas pessoas vivem sob a sombra da ansiedade ou depressão.


Você, por exemplo, já parou para se perguntar sobre o porquê das pessoas idosas que você conhece não estarem exercendo todas as atividades que costumavam, com a disposição que tinham? 

É claro que há o fator físico, afinal, nosso corpo atinge certa idade e acaba deixando para trás toda força e agilidade de outrora. 


Porém, devemos nos atentar aos sinais: não é comum que idosos abandonem todos os seus afazeres diários, suas motivações, seus sonhos. 


Portanto, temos que falar sobre isolamento físico e o abandono deste grupo —o que acarreta diretamente na saúde mental do idoso no Brasil.



Paradoxos entre o isolamento físico e a saúde mental do idoso no Brasil


Frente à pandemia do novo Coronavírus SARS-CoV-2, a gente bem sabe que os idosos incluem a faixa etária de maior risco de letalidade. 


Logo, o isolamento físico é a estratégia mais sugerida pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para achatamento da curva de propagação.


E é aí que a saúde mental do idoso no Brasil entra em jogo: a gente precisa tomar o cuidado de não transformar o isolamento social dos idosos em negligência legalizada.



Sabemos que o isolamento social é um fator de risco para sintomas depressivos para qualquer pessoa; nos idosos, este quadro pode ser ainda mais expressivo. 

Sim, há uma relação entre a presença de abandono e maiores taxas de sofrimento mental e sentimentos de solidão nos idosos.


E contra fatos não há argumentos. Vamos a um exemplo: os maus tratos e a violência contra a pessoa idosa não é algo que acontece de hoje, porém, ganhou notoriedade recente tanto na realidade brasileira quanto mundial.


Entre os anos de 2010 e 2012, dados extraídos do “Disque 100 Direitos Humanos” da Secretaria de Direitos Humanos mostram que 68,7% das denúncias sobre maus tratos no idoso foram devido a negligência por parte de familiares e dos serviços públicos.

Já imaginou?


Outro exemplo, voltado para a China: os problemas de saúde mental são comuns em adultos chineses mais velhos (ou seja, pessoas com mais de 55 anos), com prevalência de sintomas depressivos de 23,6% nessa população. 


Ainda assim, a transmissão rápida do coronavírus (SARS-CoV-2) e alta taxa de mortalidade por lá podem aumentar o risco de problemas de saúde mental e piorar os sintomas psiquiátricos existentes, prejudicando ainda mais a vida e a saúde mental do idoso chinês.


Até 2017, o país contava com 241 milhões de idosos (pessoas com mais de 60 anos).

Neste contexto, cabe a todas e todos nós, assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros UBS, médicos, familiares e amigos, compreender que os efeitos do isolamento podem repercutir fortemente na vida psíquica dos idosos. 



De que maneira cuidar da saúde mental do idoso no Brasil? Como gerenciar os efeitos do isolamento na vida dessas pessoas? Aí vão algumas dicas do Blog Movente! 


Não meça todo apoio emocional possível: se você notar idosos, especialmente em isolamento social ou com problemas cognitivos que podem tornar esses indivíduos em ansiosos, estressados, com raiva, agitados e distanciados durante a quarentena, não deixe de oferecer a eles (as) apoio emocional por meio de redes familiares ou de agentes de saúde.


Essas pessoas precisam se sentir acolhidas o tempo todo. 


Clareza é sempre uma ótima pedida: partilhe fatos simples sobre o que está acontecendo com informações claras a respeito da redução de riscos e infecções em palavras que sejam compreensíveis para essas pessoas. 


Repita informações sempre que achar necessário e transmita instruções com clareza e objetividade.


Pode ser útil colocar a informação em escrito ou em pinturas e figuras e envolver a família e outras redes de apoio no fornecimento das notícias e de medidas de prevenção, como a lavagem de mãos, uso de álcool em gel, etc.


Peça ajuda: se a pessoa idosa tem alguma doença ou síndrome, certifique-se de que seus medicamentos estão disponíveis para uso. Ative ainda seu grupo de amigos (as) ou familiares para pedir ajuda, caso necessário.


Informe-se e esteja com tudo em mãos: esteja preparado e informado, com antecedência, e mostre como buscar ajuda, chamar um taxi, ter comida entregue em casa ou pedir ajuda médica. Providencie medicamentos para duas ou três semanas para essas pessoas, caso necessário.


Coloque-os em movimento: ensine exercícios físicos mais simples, para que possam fazer em casa todos os dias durante o isolamento/quarentena para não reduzir a mobilidade. 



Traga dinamismo para a vida da pessoa idosa: você pode inserir rotinas e tarefas regulares sempre que possível, criando novas possibilidades num ambiente diferente. 

Pense em atividades diárias, limpeza, canto, pinturas e outras. Estimule também a ajude aos vizinhos, amigos, crianças e pessoas em hospitais combatendo o COVID-19 — sempre que for seguro, claro.


Mantenha o contato com os entes queridos, ainda que por telefone.


E então, encontrou dicas para cuidar da saúde mental do idoso no Brasil neste momento de pandemia? 


Nós, do Portal Movente, estamos aqui para ajudar você! Bora conversar sobre o assunto? Comente, compartilhe!


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