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Portal Movente • ago. 06, 2020

Dúvidas sobre saúde mental?

PERGUNTE AO MOVENTE

Saúde Mental dos Profissionais de Saúde

Cada um (a) de nós está pensando em algo relacionado à saúde neste exato minuto: afinal, ela sempre foi nosso bem mais precioso, porém, é na iminência de perdê-la que nos damos conta disso. Trazendo para o universo Movente, precisamos falar da saúde mental dos profissionais de saúde na pandemia.


Você vem com a gente nesta jornada? É claro, né?


Para começarmos, precisamos refletir que todos e todas nós, profissionais de saúde, não somos imunes a qualquer tipo de repercussão psíquica: somos seres humanos e estamos expostos, bem como a maioria das pessoas. 


Por isso, eu, você, a gente precisa estar com os olhos bem abertos, ainda mais neste momento que estamos vivendo, para nos apoiarmos, acolhermos e encaminharmos colegas que venham a precisar de uma condução clínica




Saúde mental dos profissionais de saúde na pandemia de COVID-19


Como já dialogamos em nosso post sobre Saúde Mental, a Organização Mundial da Saúde a classifica como sendo um estado de bem-estar em que o indivíduo enxerga suas habilidades e está apto a exercer suas atividades de trabalho e sociais manejando o estresse do dia a dia.


Ou seja, isso inclui as dimensões sociais, psicológicas, espirituais e físicas de um ser humano. E é aí que nossos profissionais entram em cena.


Toda população mundial vem se mobilizando e, acima de tudo, reconhecendo a atuação dos profissionais de saúde no combate ao COVID-19. 


Rotinas de trabalho que exigem um autocontrole surpreendente para lidar com o volume de pessoas infectadas, vidas em risco e um sistema de saúde que nem sempre oferece todos os recursos necessários para sua atuação e total segurança.


É claro que, agora, a saúde mental dos profissionais de saúde possa estar ainda mais suscetível a consequências que desestabilizem o emocional e o psicológico, em níveis e maneiras distintas — lembre-se de que 1/4 dos infectados é da área da saúde, de acordo com estudos italianos.


Entre os vários sentimentos experimentados por esses por esses profissionais neste momento, os mais comuns são: 

  • Sensação de irritabilidade: o volume de estresse na rotina de trabalho pode desencadear quadros de irritação, seja em termos de conflitos internos, com os colegas em volta ou a família, por exemplo.
  • Angústia e tristeza: o isolamento físico, a constante vigilância, o descontrole de tudo que está ocorrendo, a solidão e as longas jornadas de trabalho podem gerar esses e outros sentimentos relacionados.
  • Vulnerabilidade e impotência: a atuação dos profissionais de saúde mental na pandemia, por si só, contribui muito para que estejam à mercê, não só do vírus, mas da busca pela vacina, pela cura, por um medicamento, pela instabilidade política que interfere no cenário da pandemia e muito mais.
  • Medo: provavelmente, o mais comum deles (não só no caso dos profissionais de saúde). Estamos falando do medo que o contágio e a morte de entes queridos e pacientes pode gerar, o medo de ser o próprio vetor da doença para sua família, a ansiedade em relação ao dia a dia, etc.


Para além dos fatores emocionais, comportamentais e transtornos psíquicos (episódios depressivos, por exemplo) que podem mexer com a saúde mental dos profissionais de saúde na pandemia, há também os efeitos tardios decorrentes deste momento. 


Eles podem envolver transtornos adaptativos, manifestações de estresse pós-trauma, luto patológico, transtornos relacionados ao humor e abuso de álcool ou demais substâncias psicoativas.


Bebida Volume Tor Alcoolico Qtd. Alcool G. Alcool
Vinho Tinto 150ml 12% 18ml 14.4g
Cerveja 350ml 5% 17.5ml 14g
Destilado 40ml 40% 16ml 12.8g

E então, como cuidar da saúde mental dos profissionais de saúde na pandemia?


Antes mesmo de refletirmos sobre os cuidados para esse momento de pandemia do COVID-19, é essencial que todos e todas nós tenhamos em mente o poder que o isolamento físico e o uso de máscaras têm. 


A máxima “se puder, fique em casa” não pode e não deve ser vista apenas como um slogan: trata-se de um comportamento que precisa ser respeitado para que possamos colaborar, inclusive, com o Sistema Único de Saúde (SUS) e a saúde física e mental destes profissionais.


Ainda que o profissional de saúde seja o catalisador que viabiliza e acelera o tratamento e a recuperação das pessoas infectadas, é um papel de cunho coletivo que nós estejamos enfrentando a disseminação do vírus.


Outras estratégias que podem ajudar a manter a saúde mental dos profissionais de saúde na pandemia incluem:


#1. Cuidar-se, em primeiro lugar: além de ter um tempo devido para repousar, descansar o corpo e, principalmente, a cabeça, é necessário manter-se bem alimentado (a) e hidratado (a). 


Por outro lado, evitar o consumo abusivo de álcool, tabaco ou outras substâncias como uma maneira de escape é super importante.


#2. Dialogar, mesmo que à distância: na rotina hospitalar, é comum notar que os profissionais da área dialogam muito entre si. Porém, neste momento, conversar, presencialmente, pode ser um risco à saúde. 

No entanto, não hesite em partilhar o dia a dia, experiências, saberes, vivências, angústias, medos. O convívio, ainda que remoto, é primordial para manter a mente sã.


#3. O medo existe, e vamos enfrentá-lo: precisamos desenvolver meios de acolher o medo que sentimos — sim, este é um cenário desconhecido para todos e todas nós. 


Por isso, trabalhar com todas as informações que temos à disposição e todos os equipamentos e medidas de segurança poderá minimizar os riscos de contágio. 


Mais uma vez, conversar é uma arma importante para trocar experiências e desabafar sobre medos e anseios. 


#4. Controlar o que se pode controlar: o sentimento de impotência, como falamos acima, pode fazer com que muitos (as) profissionais da saúde percam as esperanças, sintam-se ansiosos (as) e entrem em um ciclo que leve ao turnover ou burnout. 


Ainda assim, precisamos estar cientes de que só podemos mudar o que está ao nosso alcance. Apenas controlamos o que podemos controlar. Logo, com isso em mente, buscaremos minimizar a culpa e responsabilidade individual por algo que pertence ao âmbito externo, global. 


#5. Lidar com as perdas ao longo do caminho: o Movente é formado, também, por médicos — e nós sabemos bem que a vida é o que nos inspira e nos move. No entanto, reconhecemos sua fragilidade e conhecemos sua finitude.


A gente compreende que o sentimento de perder um paciente pode gerar culpa, frustração, uma sensação de impotência única. 


Mas, assim como introduzimos acima, a partida dos pacientes também deve ser vista como oriunda de um universo de fatores que não diz respeito apenas ao profissional, mas sim de uma conjuntura que extrapola a responsabilização do indivíduo. 


Elementos biológicos, políticas públicas, tratamentos e muitos outros se reúnem neste sentido.


Outras dicas rápidas para auxiliar a saúde mental dos profissionais de saúde na pandemia:

  • Não se isolar (redes sociais e apps de mensagens estão à disposição);
  • Meditar (recorrer aos exercícios de respiração e meditação podem ajudar);
  • Filtrar o que você ouve, lê, assiste (isso não significa se alienar, porém, poupar sua saúde mental de quadros de ansiedade);
  • Criar uma rotina para o dia a dia (isso vai te ajudar a organizar os passos dados ao longa da semana e viabilizar mais momentos de relaxamento);
  • Nas horas vagas, faça aquilo que te faz bem: música, leitura, atividades físicas, filmes, séries, conversar, escrever, cozinhar, dançar, etc. Tudo isso vai te ajudar a passar por esse momento com mais tranquilidade. 


Nós, do Portal Movente, sabemos que este é um momento delicado e nos dedicaremos a produzir mais conteúdos que tragam valor e reflexões aos profissionais da área da saúde (seja ela mental ou não).


Se você gostou deste artigo sobre a saúde mental dos profissionais de saúde na pandemia, divida com a gente sua opinião, suas dicas ou, simplesmente, diga um "olá"!


Até a próxima!


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